O que é UGC?

UGC é a sigla para User-Generated Content (conteúdo gerado pelo usuário), um termo amplamente usado para descrever qualquer tipo de conteúdo criado por usuários — seja texto, imagem, vídeo ou até produtos virtuais. O UGC inclui desde postagens casuais em redes sociais até ativos de jogos e moda digital, desfocando a linha entre criador e consumidor. Avaliações de clientes, vídeos no YouTube, artigos da Wikipédia e itens criados por usuários no Roblox são exemplos comuns de UGC.

A origem do UGC

Não há uma única resposta definitiva para o que foi o primeiro conteúdo gerado por usuários. Alguns apontam cartas científicas publicadas em revistas no século XVII ou "cartas ao editor" em jornais do século XVIII como formas iniciais de UGC. (fonte: International Journal of Communication)

No entanto, o UGC como conhecemos hoje começou a se formar no início da década de 1990, com o surgimento da internet e dos primeiros navegadores. Em 1991 foi lançado o primeiro navegador da web, WorldWideWeb, seguido em 1993 pelo Mosaic, o primeiro capaz de exibir imagens junto ao texto. Esses avanços deram aos usuários comuns a possibilidade técnica de compartilhar conteúdo online — e não apenas consumi-lo.

Na metade dos anos 90, surgiram plataformas como Geocities, Tripod e Angelfire — serviços gratuitos de criação de sites que não exigiam conhecimento em programação. Os usuários podiam montar páginas pessoais com fotos, diários, links e livros de visitas. Isso marcou o início da participação em massa na criação de conteúdo online.

A ascensão das plataformas participativas

Embora o UGC já existisse desde os anos 90, foi apenas com o surgimento das plataformas participativas nos anos 2000 que ele se expandiu significativamente em volume e importância. Sites como YouTube, Flickr, Blogger e Wikipedia foram pioneiros em oferecer ambientes onde os próprios usuários produzem o conteúdo principal.

Essas plataformas apresentaram um novo modelo: um serviço pode prosperar sem criar conteúdo próprio, apenas fornecendo ferramentas e infraestrutura para que os usuários criem, compartilhem e interajam — formando assim um ecossistema autossustentável.

O UGC hoje: o centro das plataformas modernas

Com o avanço das redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram, o UGC passou a dominar o cenário digital. Hoje, não é apenas uma funcionalidade — é a base de muitas plataformas e negócios.

Do ponto de vista do marketing, o UGC tem um grande poder por sua autenticidade e capacidade de gerar identificação. Em plataformas de entretenimento, frequentemente compõe o conteúdo principal. Um exemplo claro disso é o Roblox, uma das plataformas mais impulsionadas por conteúdo gerado por usuários.

Conteúdo gerado por usuários no Roblox

No Roblox, o UGC vai muito além de acessórios para avatares. Inclui todo o conteúdo criado pelos usuários, desde objetos até experiências de jogo imersivas. Roblox é, essencialmente, movido por UGC. Os jogadores interagem com mundos criados por outros e personalizam seus avatares com itens desenvolvidos pela comunidade. A maior parte do que se vê no Roblox é feita por usuários — não pela própria empresa.

Esse ecossistema só é possível porque o Roblox desenvolveu um sistema que recompensa financeiramente os usuários pela criação de conteúdo de alta qualidade. Existem três formas principais de ganhar Robux (a moeda virtual da plataforma):

1. Vendendo itens de avatar no marketplace
2. Recebendo parte da receita de compras dentro do jogo
3. Ganhando pagamentos com base no tempo que usuários premium passam em suas experiências

Esses ganhos podem ser convertidos em dinheiro real por meio do sistema DevEx (Developer Exchange) do Roblox.

Agora é a sua vez

Antes, a criação de UGC no Roblox era limitada a um programa exclusivo chamado UGC Creator Program, onde apenas um grupo aprovado podia criar e vender itens 3D. Os demais usuários podiam vender apenas roupas 2D, como camisetas e calças, hoje chamadas de "itens clássicos".

Mas em 2024, o Roblox ampliou o acesso à criação e venda de UGC para todos os usuários verificados. Isso reduziu drasticamente a barreira de entrada, permitindo que qualquer pessoa com criatividade possa se tornar um criador. Além disso, com os avanços em ferramentas e inteligência artificial, não é mais necessário ter domínio de modelagem 3D para criar — basta ter uma ideia e a plataforma certa.

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